Descentralização e inovação podem transformar o mundo

O Feminismo: De Movimento por Direitos a Ferramenta de Controle

Posted by:

|

On:

|

Quando a Luta Valia a Pena

No começo, fazia sentido. O feminismo surgiu como um grito de revolta contra um mundo que dizia “não” às mulheres em quase tudo: não podiam votar, não podiam trabalhar em certas profissões, não podiam sequer decidir o próprio destino sem a bênção de um marido ou pai. Era um tempo em que as mulheres viviam à sombra de um sistema que as via mais como propriedade do que como pessoas. Justamente por isso, a primeira onda feminista foi uma revolução legítima. As mulheres queriam o básico: voz, escolha, espaço. E conquistaram.

Bertha Lutz no Brasil, Susan B. Anthony nos Estados Unidos e tantas outras figuras foram como arquitetas de uma nova era, pavimentando um caminho que permitiu às mulheres entrarem na vida pública sem precisar pedir permissão. E aí vem a grande ironia: no momento em que a batalha parecia vencida, o movimento decidiu que não bastava ganhar direitos – precisava criar uma nova guerra.

Quando a Igualdade Virou Rixa

A partir dos anos 1960, o feminismo deu um cavalo de pau e saiu da luta por direitos para a busca por um culpado. A nova narrativa? Homens e mulheres não eram apenas diferentes – estavam em lados opostos de um campo de batalha invisível. Influenciado por ideias marxistas e existencialistas, o movimento começou a pintar a sociedade como uma estrutura de opressão absoluta, onde a mulher só seria realmente livre se destruísse tudo o que veio antes dela.

Simone de Beauvoir, por exemplo, não se contentou em questionar as barreiras reais que existiam para as mulheres. Ela foi além e disse que ser mulher era uma invenção social, uma espécie de jaula dourada construída ao longo dos séculos. A ideia parecia libertadora, mas escondia um truque sujo: se a feminilidade era uma construção, então as mulheres não podiam mais escolher ser mães, esposas ou donas de casa sem serem vistas como vítimas de um sistema perverso.

Foi assim que o feminismo deixou de ser uma ponte para a liberdade e virou um manual de regras sobre como a mulher deve viver. O recado era claro: escolha uma carreira, desafie o patriarcado e, pelo amor de Deus, não diga que quer ficar em casa cuidando dos filhos – senão, você “não entendeu nada”.

Quando o Feminismo se Perdeu no Próprio Labirinto

Nos anos 1990, o movimento virou um quebra-cabeça de ideias contraditórias. De um lado, o feminismo liberal ainda defendia que mulheres deveriam ser livres para fazer o que quisessem. Do outro, o feminismo radical decretava que qualquer diferença entre homens e mulheres era prova de opressão. E foi aí que começou o grande jogo da culpa.

Se há menos mulheres na engenharia? Culpa do patriarcado. Se há menos homens na pedagogia? Bem… silêncio absoluto.

O problema desse tipo de pensamento é que ele ignora o óbvio: homens e mulheres, em média, têm interesses diferentes. E não, isso não significa que um grupo seja melhor que o outro – apenas que são distintos. Pesquisas mostram que mulheres tendem a escolher carreiras na área social e de humanas, enquanto os homens se inclinam para exatas e tecnologia. Mas em vez de aceitar essa realidade, o feminismo radical decidiu que o único jeito de “corrigir” o mundo era impor cotas e forçar um equilíbrio artificial, mesmo que isso significasse atropelar a meritocracia.

E como se isso já não fosse suficiente, o feminismo moderno ainda se enfiou em pautas que nada têm a ver com a defesa das mulheres. Hoje, debates acadêmicos sobre “opressão estrutural” e “interseccionalidade” dominam a conversa, enquanto problemas reais – como violência doméstica e tráfico humano – são jogados para escanteio. Enquanto teóricas criam teses de 500 páginas sobre a “linguagem sexista”, mulheres reais continuam lidando com desafios concretos sem que o movimento ofereça soluções práticas.

Quando a Luta Virou Controle

O feminismo de hoje não é mais sobre liberdade – é sobre controle. E o truque é simples: quanto mais uma mulher se vê como vítima, mais dependente do Estado ela se torna. Por isso, o discurso da “desigualdade salarial” continua sendo repetido, mesmo quando os próprios dados mostram que essa diferença se deve a fatores como carga horária, tipo de trabalho e escolhas individuais. Mas em vez de incentivar a competição justa, o feminismo exige mais leis, mais regulações, mais impostos. No fim das contas, quem paga a conta? Todo mundo, mas especialmente as próprias mulheres que querem empreender e viver sem amarras.

Além disso, qualquer mulher que ousa desafiar essa cartilha é automaticamente cancelada. Ser conservadora? Crime inafiançável. Ser dona de casa por opção? Coitada, foi “doutrinada pelo patriarcado”. O movimento, que um dia lutou por liberdade, agora impõe um novo tipo de grilhão: o pensamento único.

O Futuro: E Se Devolvêssemos o Feminismo às Mulheres?

Se o feminismo quer continuar relevante, precisa voltar para o mundo real. Violência, abandono parental e desigualdade de oportunidades em certas regiões do mundo são problemas concretos que merecem atenção. Mas isso só vai acontecer se o movimento parar de ditar como as mulheres devem pensar e agir e começar a ouvir aquelas que vivem longe das bolhas acadêmicas.

A verdadeira liberdade feminina não está em seguir um roteiro imposto por ativistas de gabinete. Está em ter o direito de escolher – e ser respeitada por isso. Seja no mercado de trabalho, na política ou na família, cada mulher deve poder traçar seu próprio caminho sem precisar provar nada para ninguém.

O feminismo, que um dia foi sobre abrir portas, agora parece mais interessado em construir muros. Mas ainda dá tempo de derrubá-los – basta lembrar que, no fim do dia, o que realmente importa não é a guerra de narrativas, e sim a liberdade de ser quem se é, sem precisar de permissão.

Posted by

in

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *